Ana Claúdia foi a convidada do projeto “Vamos conhecer nossas (os) candidatas (os)”, no domingo, 17 de julho (por Wilson Coêlho)

A Militância do PT de Vila Velha, no projeto “Vamos conhecer nossas (os) candidatas (os)”, contou no domingo, 17 de julho de 2022, com a presença da companheira Ana Cláudia, como pré-candidata a deputada federal pelo PT-ES.

O encontro presencial aconteceu no “Centro de Formação Martina Toloni”, na Prainha, e foi transmitido pelo canal youtube.com/VilaPT prestigiado por outras dezenas de companheiros e companheiras militantes e simpatizantes.

Nascida em Rio Claro, cidade do interior de São Paulo, Ana Cláudia vem de Alegre, região do Caparaó, onde reside há 17 anos, embora também tenha passado pelo Paraná, Recife e outros lugares. Tem 51 anos e 40 de militância, considerando que desde cedo, oriunda de uma família de petistas, inclusive, sua mãe e seus tios são fundadores do PT em sua cidade de origem. Sua trajetória começa quando – com 16 anos de idade – começa no movimento estudantil refundando os grêmios no segundo grau ainda na ditadura. Neste mesmo momento de sua história, participava da Pastoral da Juventude com a Teologia da Libertação, referendo de sua opção pelos pobres, a luta de classes e a autolibertação do povo oprimido.

Como socióloga e cientista política de formação, na universidade também atuou no movimento estudantil, primeiro, pela questão de moradia, entendendo que a conquista do trabalhador é sempre uma conquista de luta e que se faz necessário ocupar espaços de decisão. Foi dirigente do DCE – Diretório Central dos Estudantes.

Desde sua passagem como estudante, sempre em prol das universidades públicas, gratuitas e de qualidade, até depois de se tornar professora universitária, luta por instituições de ensino socialmente referenciados, atuando para fora dos muros das universidades, ou seja, nos lugares onde elas estão localizadas onde, muito mais que um discurso, tem buscado contribuir ou responder na prática às necessidades de urgências, carências e emergências na sociedade onde ela está inserida.

Ana Cláudia chegou no Espírito Santo em 2008 para dar aula de sociologia rural, quando foi se especializando na questão do desenvolvimento rural. Ao chegar, estava em curso uma política pública muito importante do desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil, que é a política do desenvolvimento sustentável, no governo Lula, dirigida pelo ministério do desenvolvimento agrário. Nesse momento em que chegou para dar aula de sociologia em Alegre e, encontrando esse movimento da sociedade civil que já estava se organizando em associações da agricultura familiar para poder participar dos espaços de decisão e de luta na defesa dos interesses da agricultura familiar, engajou-se nesse movimento através de um projeto de extensão da universidade para garantir-lhes apoio, suporte e informação.

Assim, tornou-se representante da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo no conselho de desenvolvimento pró-sustentável e também do conselho do movimento territorial sustentável no Caparaó. Desempenhou um importante papel na medida em que apresentou ao movimento o PT – Partido dos Trabalhares e outros partidos de esquerda. Os participantes desse movimento, que vieram das bases e em especial dos trabalhadores da agricultura familiar, se filiaram ao PT, lançaram e conseguiram eleger um único vereador do PT. Em 2013, Ana Cláudia começou a fazer parte da direção do PT em Alegre.

Pouco depois, resolveu fazer o doutorado em desenvolvimento rural, na área dos conflitos ambientais e no movimento com os agricultores familiares, na medida em que foi tomando mais contato com as questões do meio ambiente, entendendo a realidade de Alegre e da região como a escassez de recursos hídricos em detrimento da produção de alimentos saudáveis e do movimento agroecológico no sul do Espírito Santo.

Nesse doutorado, em movimentos ambientais e, na convivência com as comunidades, a partir dos conflitos no litoral do Espírito Santo com os projetos portuários, em especial, o porto central em Presidente Kennedy, pôde compreender que as propostas de desenvolvimento do Espírito Santo não têm sido o desenvolvimento para os capixabas, desde as comunidades pesqueiras, as comunidades quilombolas, as comunidades da agricultura familiar e as comunidades dos povos tradicionais. Em resumo, os principais produtores de significado daquilo que é entendido como positivo no desenvolvimento, não participam ou não recebem suas benesses os verdadeiros agentes da produção que são os trabalhadores.

Nesse sentido, Ana Cláudia aponta para a necessidade de se repensar esse modelo de desenvolvimento, que coloca os índices de desenvolvimento econômico do Espírito Santo positivos para o Brasil, ao mesmo tempo em que impede a sobrevivência de várias comunidades e pessoas, como por exemplo, o impedimento da atividade da pesca onde chegam esses empreendimentos, colocando diversas famílias inteiras em condições de fome por não terem trabalho e nem possibilidade de subsistência, que acaba os expulsando de seus próprios locais de vivência e de trabalho. Na sua atividade de pesquisa, de extensão e de docência, não está apenas nos gabinetes, mas fez a escolha de trabalhos acadêmicos com a base, com o povo.

Assim, se empenhou na organização de coletivos de mulheres, coletivos feministas, com a preocupação em relação à violência doméstica, a violência contra a mulher que, na região do Caparaó, também é muito significativa. Daí se organizou para a formação de um coletivo feminista, incentivando outros grupos de mulheres a se organizarem para que elas pudessem ter um conselho dos direitos da mulher, para que as mulheres pudessem ter acesso às políticas públicas em defesa das mulheres, em especial, às que estivessem em situação de violência. Em 2019, esse movimento mobilizou muitos atores sociais de diferentes na cidade de Alegre e acabaram conseguindo aprovar o conselho em 2020.

Também em 2019, em todo esse contexto popular e social na cidade de Alegre, foi eleita presidente do diretório municipal do partido, outra maneira de de dar sua contribuição na direção partidária. Pelos fortes ataques que as universidades vêm sofrendo por esse desgoverno, recentemente se engajou de novo na linha de frente nas atividades sindicais da categoria.

Diante de toda essa conjuntura, sua pré-candidatura a deputada federal surge da necessidade de contribuir para a criação de mecanismos para combater a violência política, a violência de gênero e a violência política de gênero. Ao mesmo tempo, a pré-candidata entende ser esse o momento em que também se deve trabalhar pela esperança, não a esperança que espera, mas a esperança do esperançar, aquele que busca e que trabalha, ou seja, no sentido de Paulo Freire. Acredita que vamos conseguir fazer o Brasil feliz de novo.

De seu envolvimento com os direitos da classe trabalhadora e, nesse momento, de ataque à democracia, com o aumento da fome, Ana Cláudia acaba por se dispor a ser, a fortalecer a chapa dos candidatos à deputado federal do partido porque, entre outras coisas, tem a consciência de que também não basta eleger o presidente Lula. Entende que nosso enfrentamento tem que ser muito maior que isso. Tem a consciência de que necessitamos de bancadas fortes e dando continuidade às mobilizações populares para dar sustentação ao governo, porque não será suficiente somente as eleições. Sabe que precisamos ganhar as eleições e garantir que o companheiro Lula seja empossado e garantir que ele governe. Compreende também que faz parte de nossa missão, como militantes, construir em todos os estados possíveis essa governabilidade e a possibilidade de seguirmos adiante avançando nas conquistas sociais com o projeto de nosso partido em defesa da classe oprimida.

Também está consciente de que a conjuntura não está fácil e que as eleições não estão ganhas. Assim como, diante dessa realidade, sabe que vamos passar momentos difíceis, mas – ao mesmo tempo – sustenta a ideia da resistência e a de que temos que ter coragem, lembrando o Che, “hay que endurecerse pero sin perder la ternura”. Acredita que no futuro governo a reconstrução e fortalecimento das instituições democráticas e o combate a fome devem ser a prioridade zero, garantindo alimento, moradia, transporte, saúde, educação para a população.

Acredita que seja muito importante retomar o investimento nas políticas sociais e programas como, por exemplo, bolsa-família, mais-médicos, minha casa minha vida e outros programas que foram todos sendo desmanchados. Referenda a necessidade de se ampliar as políticas em defesa dos direitos das mulheres, considerando o atual aumento do índice de violência. Sua proposta para avançarmos nesse projeto também passa pelo projeto de ampliar os programas como as casas da mulher brasileira, com programas de acolhimento e atendimento integral (psicólogos, médicos, advogados, etc) e interdisciplinar como proteção para essas mulheres, as meninas e os filhos dessas mulheres.

Para reconstruir o Brasil, não vê outra forma senão revogar o teto de gastos, assim como a reforma previdenciária e a reforma trabalhista. No mínimo, se não revogar, pelo menos rediscutir e recompor alguns direitos dos trabalhadores, estabelecendo um governo que verdadeiramente tenha que se assumir como instrumento da classe trabalhadora e que, para isso, precisa voltar a empreender um aumento real do salário mínimo para repor o poder de compra dos trabalhadores.

Para além de reformar o Brasil, para reconstruir o país, para transformar o Brasil, faz-se necessário enfrentar de maneira contundente à destruição ambiental em curso e fortalecer as instituições de sua defesa como o Ibama e tantos outros, retomar políticas de demarcação de terras indígenas, o reconhecimento dos quilombolas e retomar o programa de reforma agrária do país, transformar a estrutura social desigual de nossa sociedade através dessas políticas.

Do ponto de vista da desigualdade econômica, entende como imprescindível o enfrentamento da questão do imposto sobre as grandes fortunas, um sistema fiscal que seja mais igualitário, considerando que os mais pobres, proporcionalmente, pagam mais impostos do que os ricos, onde muitas das grandes fortunas não são nem mesmo taxadas. Em relação às transformações sociais, pensa ser muito importante reconstruir o ministério da cultura, num entendimento de que a cultura é muito mais ampla do que as artes. Assim como a ampliação e fortalecimento da educação pública em todos os seus níveis de ensino, bem como, a reconstrução da secretaria das mulheres, a secretaria da juventude e da secretaria da igualdade racial e a criação da secretaria lgbtqia+. Sem esquecer que necessitamos aprimorar os mecanismos de implantação dos recursos do governo federal para os espaços de decisão política dos municípios.

Defende as diversidades culturais da vida dos indígenas, dos quilombolas, dos povos tradicionais, etc, como uma questão das identidades, condição para que essas diversidades possam se expressar em instâncias de decisão. Também passa por aí a constituição de um comitê de lutas no assentamento floresta, de reforma agrária.

Na perspectiva sócio-ambiental, entende que não existe ambiente sem sociedade e nem sociedade sem ambiente, ou seja, a biodiversidade homem-natureza, a defesa da vida, a cultura da paz e não da violência, também em relação aos animais, domésticos ou os das florestas são dois lados da mesma moeda.

Ainda, coloca a importância em eleger mulheres não só no parlamento, mas em todas as esferas de poder. Denuncia também a questão da poluição, não só em relação ao “pó preto”, mas o desmanche da legislação ambiental e toda a agressão à natureza, quando se faz urgente a revisão das leis ambientais. Também tem o olhar atento à população de rua, entendendo que uma parte dessa questão é a de enfrentar a pobreza, a questão do déficit habitacional do país reduzindo a miséria, mas – por outra parte – propõe o enfrentamento desse problema com políticas de saúde pública, em especial, em relação aos químicos dependentes, esses que estão nas ruas e que precisam mais que lhes seja oferecida uma casa para morar, mas que se ofereçam tratamentos vários, ou seja, uma política que integre um conjunto de serviços de atendimentos para essa população.

Enfim, para dirimir uma série de questões e, como forma de atuação direta da sociedade civil, Ana Cláudia nos propõe como prática indissociável da democracia entender o orçamento participativo como um instrumento de instauração de um poder para os segmentos organizados da sociedade civil e popular na construção das políticas públicas muito importantes para as prioridades do país.

#Profa.AnaClaudia13 #PreCandidata #PT #DeputadaFederal

Print Friendly, PDF & Email

1 thoughts on “Ana Claúdia foi a convidada do projeto “Vamos conhecer nossas (os) candidatas (os)”, no domingo, 17 de julho (por Wilson Coêlho)”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *